terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Capítulo 3 : Spencer Hastings





Um trovão relampejou a poucos quilômetros de distância e Spencer pôde ver a claridade pela janela. O tempo estava fechado e ela sabia que as previsões de chuva datavam que essa demoraria dias seguidos. Spencer ignorou o tempo, e voltou a se concentrar nos estudos.
De modo que estava ela no segundo piso do velho celeiro reformado da família, com todas as luzes apagadas devido à queda de energia que extinguiu quase toda a claridade do subúrbio de Rosewood, apenas com uma boa vela iluminando as páginas dos livros. Spencer sabia que a escolha dela de estudar no celeiro foi uma escolha insana, porém dias insanos requerem escolhas insanas. Spence não agüentava mais o clima que estava baixando na sua casa; seu pai estressado com os DiLaurentis, sua mãe andando para lá e para cá com sua profissionalidade falando mais alto e ela e sua irmã mais velha, Melissa,  andavam discutindo bastante. De uma coisa era certa: o que os Hastings tinham de ricos e poderosos eles tinham de complicados.
Outro trovão caiu perto do celeiro, fazendo desviar a atenção de Spence novamente. Apesar da escolha de ir para o celeiro em plena tempestade noturna ter sido uma saída de escape para os problemas da família, Spencer viu que agora já não era muito possível continuar com essa loucura. Ela fechou os livros de biologia, apagou a luz da vela e jogou a cabeça para trás, massageando a testa e afastando os fios rebeldes de seus longos cabelos castanhos.
Spence levantou da cadeira com os livros na mão, no escuro em uma noite sem lua e estrelas, acompanhada pelos sons dos trovões e caminhou até a precária escada. Ela escutou um ruído de madeira; porém isso chamou sua atenção. O ruído que ela ouviu não foi provocado por nenhum passo que ela deu. Spencer ficou com um pouco de medo, e ficou quieta, com a respiração abafada. Outro ruído.
E então estava claro.
O ruído vinha da porta do celeiro que estava se abrindo. Os sons de fora ficaram mais claros com a porta aberta, e ela ouviu risinhos que entravam no celeiro. Eram Melissa e Ian Thomas, o namorado dela. Spencer ficou subitamente irada por Melissa e Ian terem ido àquele lugar naquela hora. Ela se abaixou e ficou parada, com medo que sua irmã e o namorado dela a vissem. Se Melissa a visse naquele momento, em que os dois estavam excitados, ela provavelmente travaria outra briga com Spencer. E isso era a última coisa que Spence queria.
Uma náusea envolveu Spencer só de ver os dois se agarrando e se beijando enquanto procurava um canto no celeiro para ficarem “a sós”. Mesmo assim, ela continuou observado-os. Ian estava sem camisa, apenas com uma calça jeans pendendo de seu corpo e a seu tronco musculoso estava visivelmente molhado. Apesar de várias garotas da idade dela se sentirem privilegiadas com aquela visão, principalmente Ali que tinha uma queda secreta por Ian, tudo o que Spence sentiu foi nojo.
Os dois se acomodaram no centro do celeiro, em que havia dois sofás e um tapete que Spencer havia colocado ali para as noites com as amigas (Alison, Hanna, Emily e Aria). Spence teve vontade de descer violentamente as escadas e brigar com os dois por estarem ali, no lugar dela. Contudo, ela deixou a vontade de lado, pois causaria problemas.
Análise das conseqüências, recitou ela para si mesma.
Melissa tirou a blusa e o short e ficou apenas de lingerie, revelando as maravilhosas curvas morenas e os seios atraentes. Ian mordeu o lábio de excitação, e desbloqueou o cinto. Em seguida, sua língua começou a passear pelo corpo dela. Ele arrebentou o sutiã apertado e apertou as nádegas e as coxas contra seu corpo. A respiração dos dois estava abafada. E então... começou.
Spencer virou a cara, com vontade de vomitar. Ela sentiu vergonha por estar ali e desejou que um raio caísse naquele celeiro, matando os três de uma só vez. De qualquer maneira, ela não queria estar ali. Seria melhor sair de lá a passos silenciosos, no momento em que eles estariam em atividade sexual, do que ter de ficar presa com eles a noite inteira.
Spencer levantou lentamente, porém ficou um pouco encurvada para que não a vissem, e desceu as escadas; cada degrau mais cuidadoso que o outro. Quando finalmente chegou ao térreo, Spence deu uma última vislumbrada para Ian e Melissa. Ele estava sobre ela; os dois balançando a um só ritmo com murmúrios baixos. Porém, Spencer não sabia como, ela estava exposta e algo no plano de não ser vista falhou. Ian virou o rosto para onde ela estava, com aqueles olhos felinos; olhos que a viram. Spencer sentiu um sentimento de pânico, porém Ian nada fez, apenas continuou a balançar sobre a irmã. Um sorriso maroto postou-se no seu rosto e os murmúrios de Melissa tornaram-se mais audíveis. Spencer percebeu que estavam no momento de orgasmo e o rosto de Ian, agora contorcido pela sensação de prazer, ainda olhava para ela.
Dessa vez, ela agiu por impulso; virou para trás e correu para fora do celeiro, tentando fugir daquilo.
Mais tarde, em seu verdadeiro quarto, Spencer se sentiu aliviada, mas o olhar de prazer de Ian ainda estava fixo em sua mente. Ela se perguntou se o prazer que Ian sentia era de estar fazendo sexo com sua irmã ou se era por estar olhando ela. Spencer tentou afastar os pensamentos conturbados de sua mente, porém não conseguia. Ela se preparou para dormir, porém passou a noite toda rolando de um lado para outro na cama, com a sena ainda na sua cabeça junto com os pensamentos perturbados.
Naquela noite, ela sonhou com a cena que vira. Porém, não era Melissa que estava sob Ian; era ela. Spencer acordou com o despertador ressoando ao quarto, com o sonho fixo na sua mente. Ela balançou a cabeça e deu tapas na sua face, afim de esquecer aquilo.
Spence levantou-se da cama, organizou os livros para levar à aula, e se arrumou. Ela deu uma repentina olhada pela janela. O tempo estava nublado, porém de uma forma que enchia o dia pálido de encantos, com as cores das árvores fortes e a vegetação fértil. A graça do inverno em Rosewood, pensou ela. Dali a uns dias, já será a neve.
Spencer parou na porta da cozinha, e hesitou ao ver que Ian e Melissa estavam lá, no desjejum juntos com sua mãe, Veronica Hastings. Ian foi o primeiro a vê-lo, e Spence sentiu-se corar com o peso do olhar felino dele. Verônica foi a segunda:
– Spencer! – disse ela em tom amigável, levantando-se e beijando a filha. – Pensei que não fosse vir mais.
– Cadê o papai? – perguntou Spence, sem se preocupar em cumprimentar Ian ou Melissa. Tinha nojo deles.
– Seu pai teve que sair mais cedo hoje. Quem vai levar você à escola hoje será o Ian.
O peso daquela palavra foi como um soco no estômago de Spence.
– NÃO! – Só depois de ter gritado que ela percebeu o que fez. Ian e Melissa viraram em direção a Spencer. Veronica ficou séria.
– Algum problema, Spence? – perguntou Melissa. Sua mãe cruzou os braços, como se também esperasse uma resposta. Ian soltou um riso cínico.
– Não, é só que... eu já tinha combinado que ia com a Alison, então... não precisa do Ian. Agradeço.
Spencer notou que os três devem ter percebido o nervosismo na voz dela, afinal estavam com uma expressão atípica. Ela quis mais do que nunca sair daquele ninho de cobras.
– Então é melhor você se apressar! Os DiLaurentis são pontuais. – Disse Melissa.
Spence simplesmente virou e correu em direção à porta, com os livros na mão. Assim que ela saiu de casa, ligou para Alison.
– Alison! – disse Spencer apressadamente, assim que Ali atendeu. – Eu preciso ir com você hoje à aula. Estou indo para sua casa, okay?
Spencer Hastings me pedindo carona?! – Alison parecia espantada. – Não posso desperdiçar essa oportunidade.
– Ali, não brinca! – Spencer já estava farta das brincadeiras estúpidas de Ali fora de hora. – É sério.
– Okay então, miss perfect. Te espero aqui.
As casas das duas ficavam uma ao lado da outra; com apenas uma cerca as dividindo. Assim que a senhora DiLaurentis, bastante gentil, abriu a porta para Spencer, ela encontrou Alison no quarto.
– Alison, cheguei.
– Calminha. – disse Ali no banheiro. – Só estou passando a maquiagem, afinal tenho que estar linda todos os dias.
Spencer revirou os olhos, sentando-se na cama de Ali e arrumando os materiais bagunçados da amiga. Nem isso ela faz direito, pensou Spencer.
Alison saiu do banheiro impecável. Os cílios estavam bem pintados, os lábios bastante chamativos e o cabelo loiro perfeitamente penteado, além das bochechas levemente rosadas.
Spence sorriu. Apesar de às vezes achá-la fútil, amava-a como uma irmã, e achava-a tão linda quanto uma flor. As duas se abraçaram e o momento compaixão passou. Spencer já estava com a lista de broncas a dar:
– Alison, se eu não arrumo sua mochila, você vai com ela faltando materiais?
– Ninguém é tão miss perfect quanto você não, Spence... as pessoas falham.
– Mas não tanto quanto você.
– Se for para começar com lições de moral, era melhor nem está aqui, né? – Dessa vez, Alison que assumiu a posição de ataque.
Spencer se sentiu mal.
– Desculpe, Ali, eu só... estou com alguns problemas.
– Com a Melissa?
Spencer hesitou.
– Sim, com a Melissa, e com... o Ian.
Alison arregalou os olhos e abriu a boca.
– O QUE FOI?
Spencer respirou fundo para poder falar.
– Eu vi os dois transando.
Alison arregalou ainda mais os olhos e sua boca ficou num formato de O.
– Não acredito!
– E ele me viu – continuou Spencer. – E agora, toda vez que nos olhamos, me sinto... não sei, estranha... acho que...
– Não termine! – Disse Ali, segurando as mãos de Spence. – Você sabe que depois de Melissa, o Ian é meu.
Um clima estranho pairou sobre as duas, e a melhor maneira de aquilo sair bem era Spencer dar um fim naquele assunto. Não gostava de falar no Ian.
– Acho que está na hora de irmos.
– Você ainda nem me falou porque está indo comigo.
– Porque senão eu ia com o Ian.
– Ah tá.
Quando a Sra. DiLaurentis deixou as duas na escola, Emily e Hanna estavam no gramado conversando, porém Spence percebeu que Hanna estava com a cabeça baixa, e quem falava era somente Emily, como se estivesse confortando Hanna.
Alison apresou rapidamente. Enquanto ela caminhava pelo gramado da escola, todos que estavam à sua frente se afastavam. Porém uma pessoa permaneceu no caminho de Ali: Mona Vanderwall, com aqueles óculos enormes, que ficava sorrindo como uma boba para Alison. Alison só faltou passar por cima de Mona, fingindo que ela não estava ali. Spence olhou tudo com indiferença. Não apoiava o comportamento de Alison, porém achava uma estupidez da parte de Mona querer ser popular como elas.
Spencer também ignorou Mona e foi direto nas meninas, cumprimentando-as.
– Quem morreu? – perguntou Alison. Emily lhe lançou um olhar de repreensão.
– Os pais dela brigaram de novo. – respondeu Em.
Spencer sentiu pena por Hanna e a abraçou, enquanto Alison apenas revirou os olhos.
– Hanna, querida... eu pensei que você já estivesse acostumada.
– Alison! – rosou Spence.
– Cala a boca Spencer! – disse Alison. As duas ficaram se fulminando com os olhares. – Hanna... – Ali voltou a dizer. – Você não deve sofrer por uma briga que nem é sua. Eles brigam, porém sempre se resolvem. Agora, sorria. Estou mandando.
Hanna forçou um sorriso e enxugou o rosto encharcado.
– Assim que eu gosto. Não quero ninguém com essas caras, afinal hoje é a festa na casa de Noel Kahn e todas vocês vão. Outra ordem.
– Odeio festas de comemorações esportivas. – disse Spencer. – Um bando de animais gritando e pulando em cima das garotas...
– Como se você não quisesse um em cima de você! – a voz de Alison foi ríspida, e ela lançou um olhar ameaçador para Spence. Spencer recuou, perguntando-se porquê confiava tanto naquela amiga que mais parecia um monstro.
– Falando nisso, onde está Aria?
No mesmo momento em que Alison perguntou, Spence viu Aria descer do carro com o irmão e a mãe, que trabalha na escola, ao lado. Mike foi para os amigos esportistas dele, Ella Montgomery seguiu reto para o prédio, enquanto Aria ficou olhando para os lados como se estivesse perdida.
– Bem ali! – apontou Spencer, indicando Aria.
Alison virou para trás e acenou. Aria sorriu e se aproximou do grupo.
– Gente, eu estou tão feliz! Eu nem acredito que a gente vai à festa do Noel. Vocês o viram hoje?
– Fale baixo, por favor, antes que o Noel escute e vê o quão criança você é. – disse Alison.
Aria ficou séria.
– O Sean vai? – perguntou Hanna, com um único fio de esperança no olhar.
Alison suspirou para poder responder:
– Hanna... eles são de times adversários. E o Sean é um pastorzinho que gosta só de ovelhas magras...
Hanna ficou mais triste, e uma súbita raiva tomou conta de Spencer. Spencer se preparou para avançar sobre Alison, porém uma mão a deteu. Ela olhou para o lado. Era Emily.
– Não vale a pena. – sussurrou Emily, e Spencer acalmou-se um pouco.
Todos os alunos começaram a entrar na escola, e Alison guiou as meninas. No corredor do prédio, enquanto Alison, Aria e Hanna procuravam Noel e Sean, Spencer e Emily abriram seus armários, que ficavam um ao lado do outro.
– Emily, não agüento mais a Alison – disse Spence.
– Eu sei como é... mas você sabe como é a Ali. Você tem que ser calma.
– Calma?! Como? Ela quase acabou com a Aria e com a Hanna, sendo que é ela quem faz as meninas se apaixonarem.
– Eu sei, Spencer, mas se revblar contra a Ali pode ser ruim para todas nós. Tente ser condescendente.
– Já não basta a minha irmã! Não sou obrigada a ouvir desaforo de patricinhas.
Emily ficou séria, e segurou a mão de Spencer.
– Mas nós somos as patricinhas dela! Por favor Spence, entenda isso.
Spencer tensa diante daquilo. Alison, Hanna e Aria já se aproximavam delas. Emily fechou o armário, e voltou-se para Ali.
– A que horas será a festa do Noel?
– Às dez! – respondeu Alison, excitada. – A gente vai se encontrar às oito na sua casa, Emily, porque é a que fica mais perto da do Noel. E então... – seu olhar e sua voz tornaram-se maliciosos. – Nós arrasaremos. Já está tudo certo. Vocês não irão se arrepender.
– É o que eu espero. – disse Spence.
Alison lançou um olhar fulminante para Spencer. Spencer a encarou da mesma maneira.
– Spence, você não é obrigada a ir. É a única que está arrumando complicações. Desse jeito eu não vou te dar mais caronas.
Dessa vez foi demais. Spencer avançou sobre Alison, porém tanto Aria quanto Emily a seguraram. Alison permaneceu passiva, sem mover um passo, como que esperando o ataque de Spencer. Hanna se pôs entre as duas.
– Gente, por favor. Não briguem!
Análise das conseqüências, pensou Spence.
– Podem me soltar. – Disse ela a Aria e a Emily.
– Tem certeza? – Pergunta Aria.
– Sim.
 As pessoas do corredor começaram a observar. Aria virou-se para Spencer.
– Tá todo mundo percebendo Spence. Pelo amor de Deus, Spence, não nos decepcione.
Spencer refletiu um pouco sobre o que quase aconteceu. Alison começou a bater palmas e dizer em uma voz sarcástica:
– Parabéns Spencer! Quando é que você vai aprender que quem manda nisso aqui sou eu? Quando é que vai entender que se não fosse por mim, você continuaria sendo a santinha nerd?
Alison aproximou seu rosto no de Spencer, e as duas ficaram cara-a-cara.
– Você é nojenta. – disse Spence.
– E você é minha amiga. – respondeu Ali. – Pensei que tivesse se acostumado.
– Pois saiba que eu não vou à essa maldita festa promíscua.
– É uma pena, Spence... por que o Ian vai.
Spencer deu uma bofetada no rosto de Ali. Alison ficou vermelha pelo tapa e pela raiva.
– VAI SE ARREPENDER POR ISSO!
– Já me arrependi. – disse Spencer, pegando suas coisas e se afastando do grupo. – Me arrependi de ser sua amiga.
Spencer foi embora, deixando Alison vermelha e as outras duas com os olhos arregalados. As pessoas observavam, algumas riam e cochichavam. Spencer entrou na aula de biologia escutando as broncas de Ali: Parem de rir! Quem pensam que são? Tá olhando o que, Hermie? É por essas e outras que Spencer perdera a cabeça com sua líder.
Spencer sentou sozinha em uma mesa de duplas, e começou a massagear sua cabeça, refletindo sobre o que fizera. De modo algum ela analisara as conseqüências. E, como Alison previra, ela se arrependeu. Spencer bateu a cabeça na mesa, com raiva de ter brigado com a melhor amiga. Ela fechou os olhos e tentou pensar em como ela pediria desculpas. Será se Ali aceitaria?
– Olá Spencer! Posso sentar aqui?
Spencer olhou para cima e teve vontade de bater a cabeça de novo. Era Mona Vanderwall, os olhos brilhando e o seu horroroso sorriso arreganhando.
– Ah... – começou Spencer. – Eu gostaria de ficar sozinha.
– Tudo bem. – disse Mona, sentando ao lado dela do mesmo jeito. – Eu não me importo. Não irei te incomodar.
Spencer revirou os olhos. Seu dia realmente não havia começando de um modo bom.
– Então... – Mona começou a falar com aquela voz irritante dela, sem parar. – Eu vi você e a Alison brigando... aí eu pensei: como assim? Poxa, vocês são tão amigas, como isso é possível? O que foi que aconteceu? Eu sei que você precisa de uma amiga para poder desabafar, espero que eu seja essa pessoa, seremos uma ótima duplas. Você estuda muito, eu sei, eu também estudo, por isso estaremos ajudando uma a outra... não importa o que foi, tenho certeza que a Alison vai de perdoar, ela no fundo é uma boa pessoa, assim como você, a Aria...
– CHEGA! – Disse Spencer em um tom relativamente alto. – Mona, será que você não emtemde? EU. NÃO. SOU. SUA. AMIGA. Nem a Alison, nem a Aria, nem qualquer uma delas
Mona ficou com uma expressão ao mesmo tempo assustada e triste.
– Espero que você não chore, porque você não está perdendo nada. Não sabe da sorte que tem em não ter amigos.
Spencer se sentiu como Alison. Ela achou qualquer cadeira sobrando, e saiu, deixando Mona sozinha.
Quando ela sentou na cadeira vazia que havia visto, ela viu quem estava ao seu lado: Toby Cavanaugh, o esquisito da cidade que gosta de observar Alison.
Toby espreitou pelos seus olhos verdes claros, e perguntou:
– Porque está aqui? Nós nem nos conhecemos direito...
– Acho que não. – Disse Spence. – Mas aposto você deve preferir a mim do que Mona.
Toby olhou para Mona de relance e riu.
– Toby Cavanaugh – Tony estendeu a mão para ela.
– Spencer Hastings – ela apertou a mãe dele.
Pelo menos, pensou ela, qualquer companhia seria melhor que Alison ou Mona.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Capítulo 2 : Emily Fields





            – Emily! – gritou Pam Fields, correndo atrás da filha pelo corredor estreito dos quartos. – Volta logo aqui, precisamos conversar!
Emily conseguiu entrar em seu quarto, alarmada, batendo a porta e a trancando, com algumas lágrimas nos olhos.
– Emily, por favor, abra essa porta! – Pam gritou novamente, batendo na porta com força. – Não é assim que se resolve as coisas.
Emily choramingava, o choro verdadeiro ainda entalado na garganta. Ela enxugou as lágrimas, tentando ser forte, como sempre era. Sua vida recentemente estava conturbada; ela sabia disso, porém não podia dar o braço a torcer. Tinha de permanecer forte. Essa era a última semana de provas, à qual ela tinha que desempenhar tudo de si para poder tirar boas notas para poder ser admitida na Dumby e ainda tinha um campeonato de natação a duas semanas, e viriam nadadores de toda a Pensilvânia para competirem com ela. Apenas duas garotas da cidade foram selecionadas: ela e Paige McCullers, uma menina baixinha e estranha que parece fulminar todo mundo com os olhos. Por isso Em treinava todas as tardes na escola, afinal tinha que dar o melhor de si. E, como se não bastasse tudo isso, ela ainda foi obrigada a ouvir sua mãe dando lições de moral e proibindo seu namoro com Ben, só porque o viu bebendo e fumando no carro do pai dele.
– Me deixa em paz! – Em conseguiu dizer, agachando-se à janela do quarto.
– Não, Emily – insistiu Pam. – Nós realmente precisamos conversar. Desse jeito só piorará as coisas.
Emily não disse nada, apenas ficou contemplando a vista da rua pela janela, uma noite fria e serena, onde podia ver a iluminação dos postes refletindo na rua molhada. Por um segundo, pensou em pular... virou o rosto e afastou o pensamento.
– Emily, se não abrir essa porta, vou ter de ligar para o seu pai e pedir que ele venha para cá resolver por ele mesmo. É isso que você quer? Que seu pai abandone a missão no Afeganistão e... – Pam não precisou terminar para que Emily abrisse a porta do quarto. Ela jogou sujo, pensou Em, ao ouvir a mãe inserir o pai na conversa. Problemas com o seu pai era a última coisa que Emily queria naquele momento.
Pam estava séria, e com um rosto contorcido pela aflição.
– Eu não acredito que brigamos desse jeito. – começou ela. – Emily, o que está acontecendo com você?
Emily não conseguiu dizer nada, apenas liberou o choro que estava preso à garganta, não sendo capaz de controlar. Era muito coisa em sua cabeça; tinha de botar para fora. E, no segundo seguinte, mãe e filha que brigavam agora estavam se abraçando e se reconciliando, dando apoio uma à outra.
O ombro de Pam estava molhando quando Emily se afastou, percebendo o quão insegura tinha sido. Rapidamente enxugou as lágrimas com a manga da jaqueta, e percebeu que sua mãe a fitava com aqueles olhos penetrantes. Pam pegou a filha pelos braços e as duas se sentaram à janela, uma a cada canto, em uma posição que as duas ficaram confortáveis e com os pés unidos. Dessa vez Emily não quis pular.
– Querida... eu não quero impedir que você namore Ben, você é livre para o que quiser, eu só quero ter a sua palavra... de que... de que...
– De que eu não beba, não fume, ou me drogue? – terminou Em.
– Sim, é isso. Quero confiar em você.
Emily apoiou a cabeça na cabeceira da janela, e refletiu um pouco.
– Mãe... se é isso que a preocupa, eu prometo. Não farei nada de ilícito.
– Fico aliviada. – Pam se acomodou mais na janela, olhando para a filha; dessa vez era de um jeito sincero e carinhoso, um jeito como uma mãe deve olhar para uma filha. – Em... você gosta mesmo desse rapaz?
Emily preparou-se para responder automaticamente, porém algo a bloqueou e a fez hesitar. Ia dizer que sim, porém sabia que era mentira. Apesar de negar para si mesma; sabia que nunca sentiu nada de especial por Ben, no fundo sabia do que realmente a atraía... Mas se nem para si mesmo conseguia admitir, dizer a verdade para sua mãe parecia algo simplesmente impossível. Por fim, Emily se limitou a dizer:
– Não sei.
Pam deu um sorriso delicado, e posou sua mão no joelho da filha.
– Isso é normal. Você está numa época de escolhas, querida. Apenas espero que saiba fazer as escolhas certas.
– Eu as farei. – garantiu Emily.
– Espero. – disse Pam, dando um beijo na testa de Emily antes de sair do quarto. Emily sentiu-se aliviada ao ver a porta se fechando, voltando a fitar a paisagem chuvosa da rua. À frente de sua casa estava a casa de Toby Cavanaugh, um poço de escuridão que nem parecia ser habitado, e mais à frente ainda, a uma distancia maior, Emily conseguiu ver a casa de Alison. Pensar em Alison a fazia bem. Um vento doce e sereno, semelhante a uma brisa gelada, soprou nela e ela pode sentir o cheiro do inverno chegando em Rosewood, junto com o aroma de algumas flores que a fez se sentir ao lado de Ali.
Emily fechou os olhos, refletindo sobre a pergunta que sua mãe fizera minutos atrás. Sim, eu amo o Ben, ela queria dizer. Porém a verdade era essa: Não, eu não amo Ben nenhum. É a Alison que eu amo. É com ela com quem eu gostaria de estar, sentir o seu perfume doce, sua voz me dando ordens e brincando comigo... Seu coração parecia doer por saber da verdade. A centésima lágrima do dia rolou na sua face, e Emily desistiu de tentar ser forte. Queria estar com Alison naquele momento. Nem ligava mais para o que as meninas pensassem; nunca se sentiu verdadeiramente próxima com nenhuma delas quanto se sentia com Alison. Aria era muito insegura; Spencer já era segura até demais e Hanna um pouco dos dois, exagerando tanto na insegurança quanto na segurança. Porém Alison parecia ser simplesmente perfeita, assim como Em tentava ser: natural... Não que Emily não gostasse das outras meninas, afinal as considerava irmãs. Porém era com Alison que ela partilhava uma personalidade similar.
Um som rápido e alto trouxe Emily para a realidade, e o som vinha do computador. Ela foi até ele, e viu que era Aria falando com ela pelo facebook.
            Oi Em! Precisamos conversar. Tenho uma ótima notícia! :)
Emily se sentiu um pouco aliviada; pelo menos uma notícia boa. Porém, devido ao exaustivo treino que teve na piscina, ela estava com os braços doendo e não estava com vontade de digitar. Ela apenas mandou uma mensagem rápida para Aria:
Calma. Eu te ligo! :*
Emily desligou o computador e pegou seu celular, voltando à janela. Assim que chamou, Aria atendeu rapidamente.
– Aria! O que foi?
– Em, você não vai acreditar. – a voz de Aria estava ansiosa e abafada. Emily então percebeu que devia se tratar de Noel, a paixão “secreta” da amiga. – Hoje à tarde eu fui estudar na casa da Ali e ela me disse que conseguiu um ingresso para todas nós numa festa do N-O-E-L K-A-H-L. – Emily nem deu importância à última parte, e seus pensamentos voaram novamente ao ouvir o nome de Ali.
Emily rapidamente afastou o pensamento e focou no assunto: uma festa na casa de Noel. Ela tentou fingir o que apareceu ser um grito eufórico, porém saiu exagerado demais. – Mentira?! Quando?
– Amanhã! – respondeu Aria. – Meu Deus, tô tão ansiosa... eu não sei nem o que vestir...
– Calma, Aria, calma! Noel é o tipo de cara que não gosta de garotas inseguras. Você deve estar pronta para atitudes! O Ben me disse que ele está solteiro, então não perca a esperança. – Emily havia falando isso a ela um milhão de vezes, porém para Aria cada vez parecia ser a primeira.
– Ahhhhhh! – gritou Aria.
Emily revirou os olhos, e quis desligar logo. Sua cabeça doía um pouco e já estava farta das inseguranças de Aria, e achava extremamente fútil as festas de comemorações que os times de basquete promoviam, principalmente quando se sentiam tão excitados por ganharem um campeonato local. Emily sentia pena por Aria gostar de um idiota tão clichê como o Noel. Por um grande milagre, sua mãe bateu na porta dizendo que o jantar estava pronto. Como estava morrendo de fome, não hesitou em falar:
– Aria, minha mãe tá me chamando para jantar. A situação aqui tá feia, depois te conto o que ela me fez passar. Tenho que desligar. Guarde sua ansiedade para amanhã quando conversarmos melhor.
            – Okay. Manda um beijo pra ela. Te amo Em!
            – Eu também te amo . Beijo.
            Emily terminou a chamada, desceu as escadas e se sentou em frente a mãe na mesa de jantar. O lugar do pai estava sempre intacto e vazio na ponta da mesa. Elas começaram a comer, e nenhuma das duas falaram uma palavra. Os sons que se ouviam eram apenas os dos talheres e dos pratos. Foi uma refeição tranqüila e amistosa. Pam pareceu estar inerte em seus pensamentos, provavelmente pensando no marido, enquanto Emily apenas concentrava-se na comida.
            Ao terminarem, Emily começou a pegar as coisas na mesa e levar à cozinha, enquanto Pam ligava a máquina de lavar-louças. Num momento em que Emily voltou a mesa para pegar os pratos sujos, ela escutou uma batida violenta na porta. Pam correu para a sala, com os olhos meio arregalados:
            – Quem é? – perguntou ela.
            – Não sei. – respondeu Em, igualmente assustada. Não era normal alguém bater na sua casa àquela hora, principalmente com tamanha violência.
            – Ah, meu Deus... devem ser notícias de seu pai. – disse Pam, com as mãos ao coração.
            – Eu atendo. – disse Emily.
            Emily se arriscou a se aproximar da porta, cuja as batidas não cessavam.
            – Quem é?!
            – Em, sou eu, Hanna. Por favor, abra. – a voz doce de Hanna não deixara dúvidas Mãe e filha deram um suspiro aliviado.
            Emily imediatamente abriu a porta. Hanna estava com aquela velha jaqueta rosa, um pouco molhada, com os olhos vermelhos e assombrados. Hanna abraçou Emily tão forte que seu corpo doeu, mas Em não se importou. Já havia se acostumado com dores no corpo e, não importa o que houvesse acontecido, tinha que consolar Hanna naquele momento.
            – Hanna, o que houve?
            – Meus pais... – começou Hanna, com a voz chorosa. – Eles estão brigando de novo, e... meu pai bateu na minha mãe...
            – O que?! Meu Deus... – elas se abraçaram novamente. Emily, que há pouco tempo era consolada pela mãe, agora consolava a amiga. Hanna começou a soltar murmúrios enquanto chorava, e Emily enxugou suas lágrimas. Hanna parecia tão inofensiva sob aqueles olhos vermelhos e bochechas coradas, que Emily sentiu mais dó ainda da amiga. – Calma, vai ficar tudo bem. – Ela virou-se para mãe, que assistia a tudo chocada. – Ela pode dormir aqui?
            – Claro. Hanna, fique a vontade, a casa é sua. Amanhã eu converso com a Ashley, e lhe juro que seu pai não fará mais isso.
            – Obrigada... – o sussurro de Hanna foi baixo, e ela mais uma vez abraçou Em. Só falta a Alison aqui, pensou Emily enquanto consolava a amiga.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Capítulo 1 : Aria Montgomery



            Aria Montgomery conseguiu chegar em casa a tempo, antes que a chuva ficasse mais forte. Já era o início do inverno em Rosewood e as chuvas sempre chegavam frias e ameaçadoras. Aria sempre odiou a chuva, e isso se confirmava agora, que seus cabelos estavam molhados e totalmente despenteados.
            Assim que ela entrou no conforto quente que era sua casa, se sentiu aliviada, porém se assustou ao ver sua imagem no espelho da sala. Sua maquiagem escura estava toda borrada ao rosto e os lábios grossos adquiriram um assombroso tom de roxo. Em volta de cada um de seus admiráveis olhos negros havia uma assustadora olheira que a fazia se sentir uma zumbi. Seus cabelos estavam em um verdadeiro estado de choque; as mechas rosa se desfizeram e se misturaram com a parte preta, tudo embaraçado. Ela se perguntara se alguém chegou a ver o monstro em que havia se transformado. Aria esperava que não. Fechou os olhos para não ver a aberração no espelho e seguiu para a escada, tentando ser rápida e silenciosa.
Ao passo que ia colocar o pé no degrau da escada, a voz da sua mãe fez um arrepio percorrer seu corpo:
– Posso saber por que chegou tão tarde sem ao menos avisar? – A voz de Ella Montgomery soou ao mesmo tempo cortante e afável, como só sua mãe sabia ser.
Aria desequilibrou-se um pouco com o susto de sua mãe, e se recompôs ao corrimão de madeira, virando todo o seu corpo para encarar a mãe. A expressão espantada nos olhos de Ella não lhe fora surpresa.
Aria revirou os olhos e foi lhe dar um abraço úmido.
– Desculpa mãe. Estava com a Ali, na casa dela. Tentei chegar antes da chuva, mas não deu.
– Oh meu Deus, você tá gelada! – respondeu Ella, desprendendo dos braços frios da filha. – Tudo bem, não me importo. Você só poderia ter me ligado ou ligado para o seu pai.
– Realmente, sinto muito mãe... a senhora DiLaurentis me ofereceu carona, mas como moramos tão perto, pensei que poderia vir à tempo... e aí não deu.
– Entendo. Vá tomar um banho, filha. O jantar estará pronto.
– Tudo bem. – Ela já ia subindo as escadas, quando que como por um impulso parou imediatamente e se virou para falar com a mãe novamente. – Mãe?
– Sim?
– Onde está o papai?
– Foi buscar seu irmão no colégio. Ele teve que ir hoje à tarde, não sei bem o motivo... por que?
– Nada – respondeu ela de imediato. – Apenas tive um sonho estranho com ele.
– Bem... depois você me conta. Agora tenho que tirar a carne do forno. Anda querida, vá tomar logo um banho. E nada de Alison DiLaurentis por hoje! – Disse ela de modo irônico, rindo sozinha enquanto caminhava até a cozinha.
Ao terminar o banho quente, massageando o cabelo com a toalha enrolada a um roupão, ela se sentou na cama e começou a pensar na conversa que teve com Alison há poucas horas.
– Eu consegui uma entrada para todas nós: eu, você, Emily, Spence e Hanna na festa que o Noel Kahn vai dar – sussurrava Ali excitada, quando as duas haviam saído da escola juntas, com a esperança de estudar química, porém Alison sempre conseguia desviar o foco dos estudos. E dessa fez o assunto interessava a Aria. – Essa é a sua chance, honey!
Os olhos de Aria brilharam de surpresa e ela suspirou.
– Não acredito! – gritou, abraçando a garota que considerava sua melhor amiga. – Quando?
– Amanhã, sexta, à noite. Por favor, Aria... não me decepcione. – a voz de Ali fora áspera e tensa.
Agora ali, sentada à sua cama, como em qualquer dia em que estaria sonhando com Noel, Aria vira finalmente uma chance de poder ficar com o cara que mais popular e bonito de Rosewood; ao qual ela e muitas outras garotas eram apaixonadas. Pensar por esse lado parecia estranho para ela, que sempre o imaginava como um sonho impossível. Porém, para Alison, que parecia ter o controle daquela escola nas mãos (principalmente o controle sobre o grupo delas), nada era impossível.
            Quando eu quero, eu consigo. Alguém duvida? Perguntara ela uma vez enquanto acampavam no celeiro da família de Spencer Hastings, e todas ficaram caladas, afinal não poderiam subestimar a líder tão superestimada pelas garotas, que era a única que mantinha todas as quatro unidas e praticamente era Alison que comandava vida de cada uma. E parecia estar comandando muito bem a vida de Aria; pelo menos Aria se sentia grata por isso.
            Aria levantou da cama e rapidamente se vestiu com uma roupa simples e confortável. Assim que se arrumou, ao se conectar ao facebook viu Emily Fields online. Mandou uma mensagem ao chat para ela:
            Oi Em! Precisamos conversar. Tenho uma ótima notícia! :)
            Emily demorou um pouco para responder. Deve estar estudando, como sempre, pensou Aria. Porém a mensagem, veio, curta e grossa.
            Calma. Eu te ligo! :*
            Emily ficou offline, e Aria, sem ânimo para compartilhar nada nem publicar no mural de ninguém, desligou o notebook e esperou a ligação de Em. O celular começou a tocar.
            – Aria! – disse Emily, alarmada. – O que foi?
            – Em, você não vai acreditar. – Respondeu Aria, se acomodando em uma almofada na cama. – Hoje à tarde eu fui estudar na casa da Ali e ela me disse que conseguiu um ingresso para todas nós numa festa do N-O-E-L K-A-H-L.
            Emily gritou de euforia do outro lado. – Mentira?! Quando?
            – Amanhã! Meu Deus, tô tão ansiosa... eu não sei nem o que vestir...
            – Calma, Aria, calma! Noel é o tipo de cara que não gosta de garotas inseguras. Você deve estar pronta para atitudes! O Ben me disse que ele está solteiro, então não perca a esperança;
            – Ahhhhhh! – gritou ela, mordendo o pulso de tamanha ansiedade.
            – Aria, minha mãe tá me chamando para jantar. A situação aqui tá feia, depois te conto o que ela me fez passar. Tenho que desligar. Guarde sua ansiedade para amanhã quando conversarmos melhor.
            – Okay. Manda um beijo pra ela. Te amo Em!
            – Eu também. Beijo.
            E desligou.
Aria colocou o telefone de lado, e voltou a se conectar a Internet. Estava vendo as fotos de Noel quando seu irmão quase escancarou a porta.
            – Mamãe tá chamando para jantar! – Disse ele de modo estúpido. Aria só não quis bater nele por amá-lo incondicionalmente.
            – Okay. – Disse ela, fechando o notebook. – E... Mike? Dá próxima vez tenta não entrar como um cachorro bêbado, por favor.
            Mike, cuja voz estava engrossando devido à puberdade, soltou uma gargalhada gozada.
            – Claro que não.
            E do mesmo modo que ele abriu a porta ele a fechou.


Continua....